PMDB
PREFERÊNCIA NACIONAL
Para não serem contestados em sua autoridade, e em suas decisões políticas e econômicas, os militares decretaram o fim dos partidos políticos por meio do Ato Institucional no.2, de 21 de outubro de 1965. Permitiram a existência de apenas dois partidos, um da situação, denominado Arena (Aliança Renovadora Nacional) e outro de oposição, chamado MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Apelidado de “manda-brasa”. Criou-se, portanto, um sistema em que um dos partidos apoiava a ditadura e outro a contestava.
O primeiro presidente do MDB foi o senador Oscar Passos, do Acre. A fase mais combativa do partido teve início em 1971, quando o deputado Ulysses Guimarães assumiu sua presidência. Tornou-se nítido, para os emedebistas, que a forma mais eficaz de encerrar o regime militar seria pela disputa “eleitoral” da presidência da República dentro do chamado Colégio Eleitoral, integrado por parlamentares, e no qual a Arena detinha a maioria.
A PRIMEIRA BATALHA
Apesar da percepção de que o Colégio Eleitoral votaria, invariavelmente, no general de cinco estrelas indicado pela cúpula militar no poder, Ulysses Guimarães foi lançado, em 1973, “anti-candidato” à presidência da República. Nesse período, tanto Ulysses quanto o MDB experimentaram o crescimento de sua popularidade, ao conduzir uma campanha eleitoral nas ruas, o que jamais tinha acontecido desde 1964. Os generais nunca se preocuparam com esse tipo de campanha.
Em conseqüência do esforço eleitoral de Ulysses Guimarães, nas eleições de novembro de 1974 o MDB foi o campeão incontestável das urnas. Elegeu 15 dos 21 senadores e 165 dos 364 deputados federais.
O regime militar estava com os dias contados. Na tentativa de apaziguar a sociedade civil, cansada de autoritarismo, Figueiredo enviou ao Congresso, em novembro de 1980, projeto que restabeleceria as eleições diretas para governador, em todo o país, em 1982.
Essas eleições marcaram a vitória mais estrondosa do PMDB, que elegeu nove governadores, nos principais estados da Federação. Em São Paulo, Orestes Quercia surpreendeu mais uma vez, obtendo, sob pressão das bases do partido, a vaga de vice-governador, cargo para o qual foi eleito por larga margem de votos. Estava aberto o caminho para a derrubada da ditadura.
A terceira batalha para tirar os militares do poder, de novo liderada pelo MDB, agora denominado PMDB, também foi pacífica. Em toda a sua história, o partido jamais enveredou pelo caminho da luta armada. Em vez da violência das armas, adotou a contundência dos argumentos.
A votação da emenda – que ficou conhecida como a emenda das Diretas-Já ou emenda Dante de Oliveira – suscitou a formação do maior movimento cívico da história do país, de novo liderado pelo PMDB.
Unidos e determinados, os governadores e vice-governadores peemedebistas, liderados pelo deputado Ulysses Guimarães e contando com o apoio dos demais partidos da oposição, organizaram uma das maiores campanhas pelo restabelecimento da democracia em todo o mundo.
Mais de 150 comícios foram realizados, entre janeiro e abril de 1984, em grandes e pequenas cidades brasileiras, culminando com gigantescas manifestações no Rio de Janeiro e em São Paulo, com mais de 1 milhão de pessoas na rua pedindo Diretas-Já.
A emenda Dante de Oliveira foi derrotada, a 25 de abril, no Congresso Nacional, mas o PMDB não se deu por vencido. Iniciou, imediatamente, a quarta batalha para derrubar o regime militar, ao indicar candidato nas eleições indiretas, no Colégio Eleitoral.
O escolhido foi, desta vez, o ex-governador mineiro, Tancredo Neves. Filiado ao PP – Partido Popular, ele ingressou no PMDB para ser eleito, em outubro de 1984, por 480 votos contra 180 do oponente, Paulo Maluf, primeiro presidente da República civil desde 1964. Ainda que a votação se restringisse aos parlamentares, Tancredo realizou uma campanha eleitoral típica da democracia, com grandes comícios nos quais o povo o aplaudia como seu novo líder. Foi a única eleição indireta de presidente da República aprovada pela população.
Abatido por um quadro infeccioso, Tancredo Neves foi internado no hospital um dia antes da posse, abrindo caminho para seu vice, José Sarney, que trocara o PDS (ex-Arena), pelo PMDB, assumir a presidência da República a 15 de março de 1985. Morto a 21 de abril, Tancredo foi homenageado por verdadeiras multidões, em manifestação nunca vista desde a morte de Getúlio Vargas.
O PMDB ganhou a presidência da Câmara dos Deputados, com Ulysses Guimarães, ficou com 80% dos ministérios e obteve maioria entre deputados e senadores.
Nas eleições de 1986, o partido elegeu governadores em todos os estados, com exceção de Sergipe.
De novo, o PMDB liderou esse processo, colocando na presidência da Assembléia Nacional Constituinte, a 1º de fevereiro de 1987, uma lenda-viva, o deputado Ulysses Guimarães.
Ao defender mandato de cinco anos para José Sarney, Ulysses foi atacado por uma ala do partido que, insatisfeita e desejosa de imprimir um rumo neo-liberal ao país, abandonou o PMDB, fundando uma outra agremiação. Os que permaneceram firmes jamais cortaram seus laços com o sentimento e as reivindicações populares.
A força do maior partido brasileiro é uma constante nos momentos mais decisivos da nossa vida política. Em todos os governos, desde a redemocratização do país, os peemedebistas representam o fiel da balança que garante a governabilidade e a aprovação dos projetos de interesse popular, que sempre foram e sempre serão a maior bandeira do PMDB.
ASSESSOR PARLAMENTAR
BANCADA-PMDB
CAMAQUÃ-RS
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