No período de seis anos de governo Lula, o PMDB transitou da condição de aliado tímido para a condição de parceiro preferencial do PT e chega, agora, à presidência da Câmara e do Senado - espaço que havia perdido há mais de uma década. Ao longo do governo Lula, o partido foi conquistando mais espaço.
Em 2003, sua presença no governo foi rejeitada pelo presidente. Agora, ele comanda seis ministérios e ganha força extra com a hegemonia no Legislativo. E passa a ser “a noiva cobiçada” para 2010.
É certo que com mais força política, o exigente PMDB vai cobrar mais do governo. “Tirando o cargo do Lula, o resto todo o PMDB vai pedir”, brincou um dirigente do PT, invocando o que os políticos chamam de voracidade do PMDB por cargos no governo.
O presidente Lula retribuiu o apoio do PMDB e abriu-lhe a avenida para reconquistar espaços que perdeu ao longo dos últimos anos.
O tempo mostrou que a estratégia do PMDB foi correta e, particularmente, a de se aproximar do presidente Lula. O governo petista, em busca de maioria no Congresso, atraiu o PMDB, deu-lhe espaço e, agora, o partido colhe os frutos.
Em primeiro lugar, nas urnas, como aconteceu na eleição municipal do ano passado, da qual saiu como o partido com o maior número de prefeituras; agora, chega à presidência das duas Casas no Legislativo.
O presidente deu espaço em excesso para o PMDB - , avaliam petistas que não se conformam com o partido que, além da presidência da Câmara acabou disputando a do Senado, e venceu com José Sarney.
Lula se diz satisfeito com o apoio do PMDB no Congresso, mas não tem disposição de abrir mais espaço ao partido no Executivo.
Ele reserva a vaga de candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff para o PMDB. Mas esta é outra conversa. O partido fica dividido quando o assunto é 2010: uma parte, já se antecipa abertamente no apoio ao PT, como é o caso de José Sarney e seu grupo.
Outra ala prefere esperar para saber lá na frente, quem despontará na disputa. Mesmo que chegue dividido em 2010, o PMDB conseguirá passagem para o próximo governo. Qualquer que seja o eleito, será obrigado a estender o tapete vermelho para o ingresso do partido que hoje tem a maior bancada na Câmara, a maior no Senado, o maior número de prefeitos, de prefeitos de capitais e de governadores de estado.
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